sábado, junho 02, 2007

Google quer organizar a vida das pessoas

O maior motor de pesquisa mundial tem por objectivo potencializar os elementos que recolhe dos seus utilizadores. Mesmo estando a enfrentar acusações de violação de privacidade, o Google ambiciona poder ajudar as pessoas a tomar decisões.

O chefe executivo Eric Schmidt relatou ao Financial Times que a recolha de dados pessoais é essencial à expansão da empresa, além de ser uma peça chave na sua missão de “organizar a informação do mundo e torná-la universalmente acessível e útil” (conforme se pode ler na página da companhia). “A meta é permitir que os utilizadores do Google lhe possam colocar questões como ‘O que devo fazer amanhã?’ ou ‘Que emprego deverei aceitar?’”, explica Schmidt.

A publicidade, uma indústria em crescente expansão na Internet, é alimentada e alimenta-se das informações pessoais que os motores de busca online vão reunindo. Para conseguir manter-se no topo da concorrência, o Google relançou o serviço iGoogle, onde os seus utentes podem personalizar as páginas de pesquisa e publicar os seus próprios conteúdos.

Confrontado com os receios de o Google conseguir construir um perfil detalhado dos utilizadores, Eric Schmidt admitiu que a companhia se encontra a trabalhar em tecnologias, de forma a reduzir preocupações.


Ligações:
> Página principal do Google
> Página do iGoogle
> Google: informação sobre a corporação
> Artigo do Financial Times: "Google’s goal: to organise your daily life" (22 de Maio de 2007)


segunda-feira, maio 21, 2007

Monstro Mau surpreendem no Enterro da Gata

A banda bracarense Monstro Mau, de uma sonoridade Funk, abriu na terça-feira (dia15) o concerto de Da Weasel, naquela que foi a quarta noite de espectáculos da semana académica dos alunos da Universidade do Minho.

Surgido em 2004 e sem nenhum álbum editado, o conjunto reconhece não ser ainda muito conhecido. Alex, a vocalista, afirma na conferência de imprensa que se seguiu ao concerto que o público de Braga é bastante exigente: “eles olham e analisam tudo”. Apesar disso, considera que a receptividade do público à actuação da banda foi positiva.

Todos os membros desta formação já tiveram ou têm outros projectos. Budda (guitarrista), Nico (baterista) e Alex pertenciam aos Big Fat Mamma, enquanto que Tó Barbot, o baixista, é um ex-membro dos Feed. Conheceram-se quando o anterior baixista dos Big Fat se lesionou e Barbot o veio substituir, surgindo desde logo “a necessidade quase obrigatória” de tocarem juntos, recorda Budda.

“Este quarteto funciona muito com uma cumplicidade extra-musical e extra-racional. Há alguma coisa que nos une e que não percebemos muito bem o que é…”, acrescenta o guitarrista.

Acerca do nome revela a associação com “o monstro que todos nós temos, com o lado infantil”. Budda explica ainda que “ Monstro Mau está relacionado com a exteriorização do Mal transformando-o em Bem.”

Tendo por objectivo conquistar meia galáxia ou talvez 3/4, os Monstro Mau preparam-se para lançar o seu primeiro trabalho. Relutantemente adiantaram ao Ponto e Vírgula que a data prevista para o lançamento será ainda este Outono, apontando para o mês de Outubro. “O álbum está gravado, está misturado, está pronto. Agora estamos a tratar das capas e das ‘coisinhas’ burocráticas”, garante Budda.

Imagem: Mostro Mau (MySpace)


domingo, maio 20, 2007

Jornais transferem receitas publicitárias para a Internet

O investimento publicitário na Internet em Portugal cresceu mais de cem por cento no primeiro trimestre de 2007, segundo noticia a edição desta semana do jornal Expresso.

Em declarações ao semanário, o director da Opera OMG (empresa da Omnicom Media Group) Paulo Santos afirma que “os jornais vão transferir cada vez mais as receitas publicitárias perdidas no papel para o canal online”.

A previsão é sintomática da permuta de leitores de jornais e revistas no suporte papel para o meio digital. Enquanto que as tiragens e audiência da imprensa têm diminuído nos últimos anos, a leitura das mesmas publicações na Internet tem vindo a aumentar.

Paulo Santos encontra explicação para esta conjuntura no facto de a imprensa ser “um meio apetecível para os anunciantes, enquanto que na Internet é mais fácil medir resultados de campanhas e é um formato no qual as marcas se podem relacionar com os consumidores”.



Fonte: notícia do caderno Economia do semanário Expresso de 19 de Maio de 2007: "Imprensa perde para a Net", redigida por Manuel Posser de Andrade.


domingo, maio 06, 2007

Madeleine terá sido mesmo raptada


O cenário de rapto é o mais provável para o caso que envolve Madeleine, a menina inglesa de três anos, que desapareceu na passada quinta-feira do quarto de um aldeamento turístico em Lagos, no Algarve. Quem o afirma é o director da PJ de Faro, Guilhermino Encarnação, que acrescenta que este tipo de crime não é apenas para pedido de resgate, podendo envolver também a prática sexual.

Na primeira conferência de imprensa após o desaparecimento da menina, Guilhermino Encarnação afirmou que a PJ já possui um retrato-robô do raptor, mas que este não será divulgado, uma vez que pode pôr em causa a vida da criança. O esboço do retrato foi elaborado com base nos relatos dos testemunhos.

O director da PJ de Faro acredita que Madeleine ainda se encontra em Portugal, possivelmente no Algarve e faz um apelo para que a menina seja devolvida imediatamente: “Quem tiver a menina que a devolva tal como ela está porque ainda vai a tempo”.
O responsável frisou ainda que a polícia portuguesa iniciou as operações de busca apenas 15 minutos após a criança ser dada como desaparecida, dados que contradizem informações dadas por alguns meios de comunicação ingleses e que respondem às afirmações de familiares dos McCann, que acusam as autoridades portuguesas de alguma incompetência.

As buscas continuam no terreno, onde se encontram mais de 150 efectivos das várias forças policiais e militares portuguesas, apoiados por cães de busca, helicópteros e meios terrestres e marítimos. A polícia inglesa também já chegou ao Algarve para se juntar às buscas. A Guardia Civil de Espanha está também sob alerta, tal como o resto da Europa. A Interpol e a Europol já receberam várias fotografias da menina, juntando-se, assim, a esta gigantesca operação de busca. Os aeroportos da UE estão também de sobreaviso.

Os pais de Madeleine apresentaram-se pela segunda vez aos jornalistas, ontem à noite. O pai da menina leu uma breve declaração, em que lançou novamente um apelo: "Quem tiver a Maggie, que a devolva". Os progenitores manifestaram ainda o seu agradecimento à polícia portuguesa e aos oficiais de Leicester por todo o apoio que lhes têm prestado.

O jornal “The Sun” mantém a oferta de uma recompensa de 15 mil euros para quem dê informações que levem à descoberta da menina e, mais recentemente, um amigo da família oferece cerca de 147 mil euros em troca de informações sobre o paradeiro de Madeleine.


Fontes:
EXPRESSO
Jornal de Notícias
PUBLICO.PT

Fotografia:
Correio da Manhã


domingo, abril 22, 2007

Irmã de Cho Seung-hui junta a dor da sua família à dos familiares das vítimas


Numa primeira declaração após o massacre protagonizado pelo irmão, Cho Sun-Kyung, a irmã mais velha de Cho Seung-hui, fala em seu nome e em nome da sua família. No documento cedido aos órgãos de comunicação social pelo advogado Wade Smith, a jovem afirma que a família se encontra “em estado de choque e a viver um pesadelo” e se questiona por não ter conseguido perceber que o irmão era “capaz de tanta violência”.

A declaração segue com um pedido de desculpas dirigido às famílias das vítimas: “Lamentamos profundamente os actos inqualificáveis do meu irmão. É uma tragédia para todos nós” e ainda com a promessa de que as suas preces estarão “com as famílias dos que estão a passar por todo este sofrimento”.


Este caso está longe de encontrar a resolução. Quase uma semana após o tiroteio, são muitas as questões que ainda se encontram sem resposta. As investigações seguirão com uma equipa de seis pessoas que procurarão esclarecer, entre outros aspectos, porque é que as autoridades escolares ignoraram o internamento de Cho Seung-hui numa unidade psiquiátrica em 2005 e, ainda, se a resposta dada pelas autoridades foi a melhor.

A porta-voz da polícia, Corine Geller, manifestou à Associated Press, a esperança de que “os investigadores possam ter novidades já na próxima semana”.

Fonte e Imagem: EXPRESSO


sexta-feira, abril 13, 2007

RTP vai lançar vídeos no YouTube

Ontem à tarde José Alberto Lemos, Director da RTP N, anunciou que a estação pública vai passar a exibir pequenos extractos de programas no site de partilha de vídeos na Internet, o YouTube. Esta comunicação teve lugar na Universidade do Minho, em Braga, numa das várias conferências universitárias que a RTP vem a organizar, no âmbito da celebração dos 50 anos.

O jornalista e director da RTP N explicou que os conteúdos a serem transmitidos na Internet serão breves e pretendem, sobretudo, “aguçar o apetite” dos espectadores. Entre estes estarão, segundo José Alberto Lemos, alguns sketchs inéditos do Gato Fedorento ou então excertos do programa da RTP N A Liga dos Últimos.

O conferencista argumentou que esta é aliás uma tendência seguida por vários órgãos de comunicação: reduzir o tamanho dos programas, produzir peças para os jornais televisivos cada vez mais curtas, ajustar-se àquilo que denominou de uma “estética publicitária”, mais apelativa que a dos formatos tradicionais.

Inserida no tema “Televisão na Era Digital – Um Projecto Para o Futuro”, na conferência participaram também José Manuel Pérez Tornero (orador convidado), docente e investigador na área de jornalismo e comunicação da Universidade Autónoma de Barcelona e também Rui Matos, director de Sistemas e Manutenção da Direcção de Engenharia e Tecnologia da RTP.

Imagens: RTP e YouTube


quinta-feira, abril 12, 2007

Sócrates rejeita favorecimentos por parte da Independente


José Sócrates deu ontem a primeira entrevista após a polémica envolvendo a sua licenciatura na Universidade Independente (UnI). O programa que foi para o ar às 21h00 e teve transmissão simultânea na RTP 1 e Antena 1, já estava agendado há várias semanas tendo como objectivo fazer o balanço dos dois anos de governo. Segundo afirmaram os entrevistadores José Alberto Carvalho (RTP 1) e Maria Flor Pedroso (Antena 1), esta fora a única data apontada pelo primeiro-ministro, mesmo antes da questão da Universidade Independente se tornar tão mediática. A verdade é que este foi um dos temas dominantes da entrevista em que o chefe do Governo aproveitou para, nas suas próprias palavras, “se defender”.

A entrevista para a qual o primeiro-ministro não se “preparou especialmente”, como referiu, era esperada pela maioria dos portugueses como um esclarecimento relativamente ao seu currículo académico. Segundo José Sócrates as explicações só agora deviam ter lugar, uma vez que decidiu não falar antes “para não perturbar as investigações e a decisão a tomar pelo governo” no âmbito do caso Independente, afirmou.

Questionado acerca de como se sentia na pele de primeiro-ministro na sequência deste episódio, Sócrates disse estar “completamente à vontade” no desempenho desse papel.

“Pretendo provar que não fui favorecido em nenhum momento”

A respeito da passagem do ISEL para a Universidade Independente, o chefe do executivo revelou que o motivo da transferência se prendeu com os horários pós-laborais e com a boa reputação que o estabelecimento de ensino tinha na altura. “Não fui para a UnI porque a vida me estivesse a correr mal no ISEL”, declarou.

Tendo obtido o bacharelato em Coimbra, onde frequentou por 4 anos o ISEC, e atendido a 10 cadeiras durante o ano que esteve no ISEL, Sócrates confirmou ontem em entrevista ter enviado uma carta ao reitor da Universidade Independente pedindo um plano de transferência. Apesar de não possuir ainda um certificado de habilitações do ISEL, a UnI confiou na sua palavra, atesta.

Com Luís Arouca afirma ter tido uma “relação professor-aluno”. O reitor, segundo o primeiro-ministro, foi seu professor de Inglês Técnico enquanto frequentou a cadeira. A propósito do plano curricular que lhe fora estabelecido, José Sócrates argumenta: “Eu fiz as cadeiras que me mandaram fazer”.

Ainda sobre os supostos favorecimentos à nomeação de António José Morais, professor da Independente, o actual chefe do executivo, explica: “eu nunca o recomendei a ninguém, nem ao meu colega secretário de Estado (Armando Vara), nem ao Sr. Ministro da Justiça (António Costa)”.

A relação com os órgãos de comunicação

Confrontado com o facto de lhe ser atribuído um relacionamento particular e impulsivo com os media, o primeiro-ministro recusou tal atitude. Negou possuir um gabinete de imprensa “poderoso e que controla os órgãos de comunicação social”. Classificando tal suspeita de fantasiosa, acrescentou: “o meu gabinete não faz nada que os outros não façam”.


Imagem: RTP


segunda-feira, abril 02, 2007

Escolaridade dos pais assume papel preponderante no sucesso escolar dos filhos


O estudo “Preferências dos estudantes”, levado a cabo pelo Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior (CIPES) revela que um estudante proveniente de um meio cultural mais rico tem dez vezes mais hipóteses de ingressar no ensino superior que um estudante oriundo de uma família de nível cultural mais pobre. Esta investigação demonstra ainda que o nível económico e cultural dos pais se mostra relevante no tipo de curso que os filhos elegem.

A área da Saúde, mais precisamente o curso de medicina, é disso um exemplo evidente, já que de entre os estudantes que entraram neste curso no ano lectivo de 2004/05, 73,2% tem pais com formação de nível superior.

Diana Amado Tavares pertence ao Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior (CIPES) e é uma das autoras do estudo "Preferências dos estudantes", trabalho que em breve será publicado pelo European Journal of Higher Education.
Segundo a investigadora, o estudo teve por base as “fichas ENES”, questionários preenchidos pelos alunos aquando da sua entrada no ensino superior. Diana Tavares revelou ainda que os dados tratados dizem respeito a 2004 e 2005.

Relativamente às escolhas do curso, Diana Amado Tavares afirma que o estudante tem tendência a "fazer uso dos critérios de escolha apreendidos e integrados pelo seu background social".
A percepção que os pais têm do que representa um bom curso poderá ajudar a explicar os seguintes dados: a maioria dos alunos que escolhem os cursos de formação de professores (39%) e de gestão (20%), é oriunda de famílias que possuem no máximo o primeiro ciclo de escolaridade (a antiga quarta classe).
No lado oposto, encontram-se as Ciências Humanas e Sociais (Direito), as Belas-Artes e as Ciências (Medicina), cursos eleitos por estudantes oriundos de capitais escolares mais ricos.

No que respeita à escolha do sector de ensino superior, a investigação mostra que esta é ditada pelo nível económico das famílias, isto é, quanto maior o rendimento destas, maior é a aposta nas universidades, em detrimento dos politécnicos. Diana Tavares explica: "Há diferenças, mesmo ao nível do financiamento, que levam as pessoas a encararem o politécnico como uma via pior".

Fonte e Imagem: DN Online


sexta-feira, março 30, 2007

Theatro Circo em sinergia com Braga

Paulo BrandãoA relação que o Theatro Circo mantém com a cidade de Braga foi um dos aspectos mais focados por Paulo Brandão nas X Jornadas de Comunicação Social da Universidade do Minho, no dia 27 de Março. Integrado no painel "Reputações virtuais?", o director artístico do Theatro Circo observou que o efeito produtivo deste em Braga e o laço social que cria mostram que é uma casa importante para a cidade.

De forma a se adaptar à cidade, Paulo Brandão referiu que o Theatro Circo está atento a estruturas como rádios locais, jornais diários, ao departamento de informação da Câmara Municipal ou à Universidade do Minho, tentando "potenciar e usar esses meios".

No arranque do Theatro Circo teve-se em conta a sua "estrutura já com uma longa memória". Paulo Brandão explicou que esta foi mantida nomeadamente através do nome e do reemprego de funcionários anteriores com as mesmas funções, procurando-se "aproveitar a mais-valia das pessoas". Este facto foi validado com o exemplo de Dona Maria, que trabalha na bilheteira há 35 anos, tendo por isso "35 anos de conhecimento da realidade de Braga". Paulo Brandão reforçou que "essa ligação à cidade é muito importante".

Relativamente ao futuro, comunicou-se que se está a fazer um estudo de públicos do Theatro Circo. A casa "ainda vive muito das pessoas de Braga e da região", faltando assim conquistar público nacional e de Espanha.

Paulo Brandão sublinhou a importância da Internet na relação entre o Theatro Circo e a sua audiência. Anunciou ainda várias novidades para o site: passatempos, uma área direccionada para crianças e a possibilidade de visitas virtuais a 360º, declarando que "vai certamente ser um site marcante".

O director artístico terminou a sua intervenção apelando ao uso do e-mail e do blog do Theatro Circo para o lançamento de ideias. "Estaremos atentos à vossa criatividade", concluiu.


Fotografia: Catarina Dias

Links adicionais:
- site oficial do Theatro Circo
- blog do Theatro Circo
- programa das X Jornadas de Comunicação Social da U.M.


terça-feira, março 27, 2007

Intermediários e Novos Media em discussão na Universidade do Minho

Jornadas de Comunicação Social debatem o lugar dos mediadores num contexto de proliferação das tecnologias


O papel dos intermediários no universo dos novos media, foi hoje o assunto discutido na X edição das Jornadas de Comunicação Social da Universidade do Minho, em Braga. Sob o tema geral “Novos Media: uma Babel às costas?”, o debate da sessão da tarde contou com um painel de quatro jornalistas convidados: Sérgio Gomes do Público, Pedro Leal da Renascença, Luís Miguel Loureiro da RTP e Paulo Ferreira do Jornal de Notícias.

A ideia de que o universo cada vez mais tecnológico dos media não dispensa o lugar dos profissionais de comunicação, esteve presente em toda a conferência. Sérgio Gomes, responsável pela edição on-line do Público, defende que “ haverá sempre intermediários”. “Tem que haver necessariamente ou então deixaria de fazer sentido a palavra jornalismo”, argumentou. A propósito dos novos meios tecnológicos, o jornalista alertou para o facto de a Internet ter “destabilizado” o panorama dos suportes mediáticos, salientando, assim, a importância que os intermediários têm na imposição de “regras, critérios e filtros”.

“A panóplia de máquinas, às vezes, faz-nos distrair daquilo que é mais importante. Daí a necessidade dos intermediários”, afirmou Pedro Leal. O convidado da Rádio Renascença confessou ainda sentir que a existência da Babel nos órgãos de comunicação social, está no estabelecimento de consensos e prioridades. A pressão dos custos, a resistência de alguns colegas face às novas plataformas tecnológicas e a questão dos novos profissionais da área, foram outras das questões que referiu.

Proximidade e interactividade foram também dois conceitos repetidos ao longo da sessão. De acordo com Paulo Ferreira, num mundo globalizado como o de hoje, a mais-valia do JN é a “proximidade com as pessoas”, referindo as três edições regionais (Norte, Porto e Centro-Sul). Segundo o chefe de redacção do JN, uma das maiores preocupações deste jornal é promover a interactividade com o seu público.

O debate prosseguiu com Luís Miguel Loureiro, da RTP. Partilhando da opinião que os intermediários continuam a ser necessários, o jornalista pensa que “fazer as próprias histórias, procurar o próprio caminho, ir para além daquilo que todos têm para oferecer” é a chave da diferenciação no jornalismo. A respeito das alternativas ao jornalismo que actualmente se faz acrescenta: “ A grande reportagem pode ser uma via para o futuro”.

Manuel Pinto, docente da cadeira de jornalismo na Universidade do Minho, moderou o debate. No final das apresentações e após as questões da plateia concluiu: “os intermediários existirão sempre, mas não a qualquer preço”.

Fotografia: Catarina Dias


domingo, março 11, 2007

Novo anúncio de roupa infantil da Armani gera polémica em Espanha


Num primeiro olhar, a nova campanha de roupa infantil da Armani mostra duas meninas asiáticas usando roupas semelhantes às dos adultos. No entanto, esta campanha está a gerar polémica no país vizinho.

O Defensor do Menor em Espanha, Arturo Canalda, pretende que o anúncio seja retirado já que o retrato das duas meninas asiáticas vestidas e maquilhadas numa tentativa de imitação dos adultos constitui "uma imagem dura", parecendo "fomentar o turismo sexual".
"Com esta imagem, a Armani está a lançar uma dupla mensagem: por um lado provoca confusão entre os adultos, que ficam estupefactos, e por outro, confunde as crianças, que não percebem que está a ser publicitada roupa", afirma Arturo.

A directora criativa da agência de publicidade Young & Rubicam Red Cell, Judite Mota, declarou ao DN que “o facto de a roupa ser semelhante à dos adultos põe uma carga adicional à imagem que influencia certas interpretações". No entanto, segundo a mesma, a utilização do termo “turismo sexual” não se aplica e "é profundamente racista. Esta conclusão só é tirada porque são meninas asiáticas, se fossem loiras isso não acontecia", assegura.

Edson Athayde, publicitário da agência OgilvyEdson assume uma posição mais radical, afirmando que: "Nunca me passaria pela cabeça que esta imagem incentivasse o turismo sexual. Eu vejo duas crianças, não compreendo a atitude do defensor do menor". O publicitário acrescenta ainda: "Há um nível da paranóia mundial, atribuem-se sentidos a coisas que não o têm".

Aliada a toda esta polémica parece estar a marca Armani, que a imprensa espanhola declara não ter conhecimento da polémica gerada.

Fonte e Imagem: DN Online


quinta-feira, março 08, 2007

Jovens guineenses obrigadas a casar fogem para missões evangélicas


Hoje, Dia Internacional da Mulher, importa mencionar, em nome de todas aquelas que sofrem abusos de qualquer tipo, a história de jovens guineenses que, contrariando a tradição, escapam a um destino pouco promissor.

Todos os anos, em Guiné-Bissau, milhares de jovens do sexo feminino são obrigadas a casar, por meio de arranjos feitos pelo pais ou, na sua ausência, pelos tios maternos. Este é um costume muito importante em determinadas etnias daquele país, principalmente entre os balantas e os papéis.

Segundo a Agência Lusa, as jovens que conseguem fugir ao casamento obrigatório, refugiam-se nas instalações da Igreja Evangélica da Guiné-Bissau, entidade que tem auxiliado na denúncia da violação dos direitos da mulher.

Na missão, estas jovens são acolhidas, recebendo o apoio das madres. Vêm de várias partes do território guineense, fugidas da família e dos maridos que lhes foram imputados, mas com quem não querem casar. Aí podem prosseguir os estudos e até mesmo encaminhar-se para uma licenciatura, algo de impensável nos ambientes familiares de que provêm.

Filomena de 18 anos é um desses casos. Quando tinha ainda 15 saiu de casa, em Bessassema. Desde que está na missão evangélica de Bolama que cortou relações com o pai, mas em declarações à Lusa lamenta-o dizendo: “ um dia há de compreender o mal que fez.”

Os membros responsáveis pelas missões no país parecem compreender a situação destas mulheres. O pastor Joaquim Correia, presidente do Conselho nacional das Igrejas Evangélicas da Guiné-Bissau, afirmou a importância de denunciar este fenómeno às autoridades e consciencializar a sociedade de que esta é uma “prática retrógrada”.

Fonte
Lusa

Imagem
AFRICANIDADES (blogue)


domingo, março 04, 2007

"Hip-Hop is dead"?

A queda das vendas de música rap, acrescida às críticas internas aos efeitos negativos da sua cultura, estão, segundo um artigo de Nekesa Mumbi Moody, a prenunciar o declínio da sua popularidade.

Embora a diminuição da compra de música seja geral, as vendas de rap desceram 21 por cento de 2005 para 2006. Pela primeira vez em 12 anos, nenhum álbum de rap constou dos dez mais vendidos do ano nos Estados Unidos.

Um estudo do Black Youth Project, citado por Davey D. num artigo de 1 de Março, indica que, embora 58 por cento dos inquiridos ouça hip-hop diariamente, a maioria considera que os seus temas são demasiado violentos e que as mulheres são tratadas de forma ofensiva. O autor acrescenta que estes dados indiciam o segredo "sujo" da indústria musical: "Os negros são amplamente usados para validar temas que são vendidos ao mainstream branco. Ou seja, enquanto que 90 por cento dos artistas de rap comercial na televisão e rádio são negros, a audiência alvo encontra-se fora da comunidade negra".

Davey D. encontra no lado corporativo da música e na mentalidade interesseira dos seus executivos o motivo da afirmação "Hip-hop is dead", com a qual o rapper Nas denominou o seu último álbum. Paul Porter, um anterior programador da BET (Black Entertainment Television), considera que a morte do hip-hop está unicamente relacionada com o payola, usado com o fim de serem transmitidas músicas com temas violentos e sexuais.

Entretanto, um artigo de Kim Mulford publicado hoje anuncia como contraponto a "ascensão" do hip-hop cristão. Os adeptos do género "servem-se da sua música para chegar a pessoas desinteressadas pela igreja tradicional". Existem no entanto seguidores que estão a dificultar a vida dos rappers cristãos genuínos. O produtor de hip-hop Kris Bell afirma que estes aparecem na igreja "vestidos como o Tupac e tocando-se como os rappers seculares fazem". "Para muitas pessoas, essa é a forma de Satanás se infiltrar na igreja", conclui.

Links:
> "New Rap Problem: Criticism From Within" - artigo de Nekesa Mumbi Moody da Associated Press, publicado em 25 de Abril de 2007
> "Why Commerce Is Killing the True Spirit of Hip-Hop" - artigo de Davey D, publicado no San Jose Mercury News a 1 de Março de 2007
> "A GROWING GENRE. Who's who in holy hip-hop" - artigo de Kim Mulford, publicado no Chicago Sun Times a 4 de Março de 2007
> Black Youth Project
> Black Entertainment Television


segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Scorsese em destaque na noite dos Óscares


Na 79ª cerimónia de entrega dos Óscares, Scorsese, nomeado já por oito vezes na categoria de melhor realizador em edições anteriores, foi desta vez galardoado com a tão esperada estatueta. A “ The Departed – Entre Inimigos” (realizado pelo cineasta), foi atribuído o prémio de melhor filme, derrotando “Babel” um dos outros favoritos.

A longa metragem, que retrata a cena do crime e a máfia da cidade de Massachussets, conta com as participações de Jack Nicholson, no papel principal e Leonardo Dicaprio, nomeado para a categoria de melhor actor secundário. Inspirado na película original de Andrew Lau, “Infernal Affairs”, “The Departed – Entre Inimigos” venceu ainda os Óscares de melhor argumento adaptado e melhor montagem.

Martin Scorsese, que não ganhava um Óscar desde 1981, deixou visível o seu entusiasmo no discurso de agradecimento, pronunciando por doze vezes as palavras “Thank you”. De acordo com os realizadores portugueses Alberto Seixas Santos e Tiago Guedes, em declarações ao JN, as estatuetas foram “bem entregues”.

Na categoria de melhor actor foi eleito Forest Whitaker pelo desempenho em"O Último Rei da Escócia" e na de melhor actriz Helen Mirren em "A Rainha", o filme que conta a vida de Isabel II de Inglaterra.

Premiados como melhores actores secundários, subiram ao palco Alan Arkin, pelo papel na comédia dramática "Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos – Little Miss Sunshine", e Jennifer Hudson do musical "Dreamgirls".

O polémico “Uma Verdade Inconveniente”, de Al Gore, ex vice-presidente dos Estados Unidos, foi distinguido como melhor documentário. Nas películas estrangeiras mereceu o reconhecimento da academia o filme alemão "A Vida dos Outros", de Florian Henckel von Donnersmarck, e quanto à animação o vencedor da noite foi “Happyfeet”.

Os prémios técnicos de melhor banda sonora e direcção artística foram atribuídos a “Babel” e "O Labirinto de Fauno", respectivamente.

Fontes
> JN

Fotografia


quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Vinil sobrevive no mundo digital

disco dos Velvet UndergroundNuma altura em que o CD vai perdendo terreno como suporte musical, os discos de vinil vêem o seu culto e vendas a crescer.

Um texto publicado no site da CNN no dia 13 de Fevereiro indica que o vinil, a tecnologia dos primórdios da indústria musical, está a ser alvo de um aumento de procura em alguns mercados. Citando dados da Associação Fonográfica Britânica, o artigo aponta que a venda de singles de vinil de 7 polegadas aumentou de 180 mil unidades em 2001 para mais de 1 milhão de unidades em 2005. Por sua vez, a compra de CDs tem decrescido desde 2000, tendo sofrido uma descida de 20 por cento nos EUA em 2006.

Além do aumento da circulação e venda do vinil, têm também surgido no mercado novos produtos que permitem transferir o som do vinil para o formato digital. É um mecanismo de adaptação a uma era diferente da que se vivia no início do século XX, quando o primeiro vinilo foi comercializado.

A persistência do suporte pode ser explicada por factores como a estética e o culto do objecto (que vai desaparecendo na era dos downloads digitais) ou pela qualidade sonora. Também poderá ser justificada pela sua proeminência no circuito dos disc-jokeys (que encontram nos discos de vinil maior facilidade e possibilidade de manuseamento directo para as suas técnicas) e pela expansão das audiências de géneros musicais como o reggae ou o hip-hop, que tem na sua génese a manipulação de discos.

Recentemente, a sobrevivência do vinil pôde ser notada na exposição mediática da venda no site de leilões eBay de um acetato da banda Velvet Underground (com a licitação vencedora de 25 mil dólares americanos - cerca de 19 mil euros) e no anúncio do lançamento de uma caixa de singles do grupo Coldplay, exclusivamente em vinil.

Em Portugal, a mística do vinil prevalece com a multiplicação de coleccionadores de discos (um fenómeno documentado mensalmente na revista musical Blitz) e com um exemplo como o da banda Buraka Som Sistema, cujo primeiro vinil de 7 polegadas, editado em 2006, esgotou no espaço de duas semanas.

Na fotografia: disco de acetato dos Velvet Underground vendido em leilão por 25 mil dólares.

links para consulta:
- One man’s trash is another man’s $25,000 treasure » Notícia do The Daily Cardinal sobre o acetato de vinil dos Velvet Underground
- Black Magic » texto da revista Fact que explora a magia e feiticismo do vinil
- The Record Effect » texto do New Yorker que explica como a tecnologia transformou a música
- Como é que se fabrica o vinil? » vídeos no blog Hit Da Breakz sobre o fabrico de discos de vinil
- Coldplay editam caixa de singles » notícia do Cotonete de 31 de Janeiro de 2007
- Zona 6 » loja portuguesa que fabrica discos de vinil (dubplates)


> Ana Catarina Martins Silva
> Ana Patrícia Silva
> Nídia Rainha Ferreira

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