Intermediários e Novos Media em discussão na Universidade do Minho
A ideia de que o universo cada vez mais tecnológico dos media não dispensa o lugar dos profissionais de comunicação, esteve presente em toda a conferência. Sérgio Gomes, responsável pela edição on-line do Público, defende que “ haverá sempre intermediários”. “Tem que haver necessariamente ou então deixaria de fazer sentido a palavra jornalismo”, argumentou. A propósito dos novos meios tecnológicos, o jornalista alertou para o facto de a Internet ter “destabilizado” o panorama dos suportes mediáticos, salientando, assim, a importância que os intermediários têm na imposição de “regras, critérios e filtros”.
“A panóplia de máquinas, às vezes, faz-nos distrair daquilo que é mais importante. Daí a necessidade dos intermediários”, afirmou Pedro Leal. O convidado da Rádio Renascença confessou ainda sentir que a existência da Babel nos órgãos de comunicação social, está no estabelecimento de consensos e prioridades. A pressão dos custos, a resistência de alguns colegas face às novas plataformas tecnológicas e a questão dos novos profissionais da área, foram outras das questões que referiu.
Proximidade e interactividade foram também dois conceitos repetidos ao longo da sessão. De acordo com Paulo Ferreira, num mundo globalizado como o de hoje, a mais-valia do JN é a “proximidade com as pessoas”, referindo as três edições regionais (Norte, Porto e Centro-Sul). Segundo o chefe de redacção do JN, uma das maiores preocupações deste jornal é promover a interactividade com o seu público.
O debate prosseguiu com Luís Miguel Loureiro, da RTP. Partilhando da opinião que os intermediários continuam a ser necessários, o jornalista pensa que “fazer as próprias histórias, procurar o próprio caminho, ir para além daquilo que todos têm para oferecer” é a chave da diferenciação no jornalismo. A respeito das alternativas ao jornalismo que actualmente se faz acrescenta: “ A grande reportagem pode ser uma via para o futuro”.
Manuel Pinto, docente da cadeira de jornalismo na Universidade do Minho, moderou o debate. No final das apresentações e após as questões da plateia concluiu: “os intermediários existirão sempre, mas não a qualquer preço”.
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